Despesas com animais resgatados chegam a R$ 361 mil
Valor pago pela Prefeitura em três anos envolve possível situação de maus-tratos do médico Plínio Mestrinel Júnior
Publicado em: 30 de abril de 2025
A Prefeitura de Barra Bonita gastou R$ 361 mil para arcar com as despesas referentes aos animais resgatados que estavam sob a responsabilidade do médico Plínio Mestrinel Júnior em possível situação de maus-tratos. O valor contempla os anos de 2022, 2023 e 2024 e foi utilizado para pagar quadro funcional adicional, serviços veterinários, insumos alimentares, medicamentos, adequações estruturais, contrato de locação imobiliária e demais gastos operacionais.
As informações foram encaminhadas à Câmara Municipal pela secretaria municipal de Proteção e Bem-Estar Animal em resposta a requerimento apresentado em março pelos vereadores Val Girioli (PP) e Patrícia Barreto (Podemos). A propositura de autoria dos parlamentares questiona a administração municipal sobre quais medidas estão sendo tomadas para o ressarcimento dos valores aos cofres públicos.
A pasta alega que a conduta do acusado se caracterizou por costumaz desrespeito às determinações judiciais, resultando em múltiplas detenções por desacato às ordens emanadas da autoridade judiciária competente. Afirma ainda que esse comportamento processual temerário foi determinante para a dilatação do período de responsabilidade municipal sobre os animais e para a elevação dos custos suportados pelo erário.
“A situação atingiu seu ápice quando, por força de decisão judicial prolatada nos autos do processo, a municipalidade viu-se compelida a acolher, além dos animais já sob seus cuidados, outros 38 que ainda permaneciam em depósito na propriedade do Sr. Plínio Mestrinel Júnior. Esta determinação judicial resultou na necessidade imediata de locação de espaço adequado pela Prefeitura, com impacto orçamentário adicional”, explica trecho de ofício enviado ao Poder Legislativo.
Ainda de acordo com o documento, permanecem sob a tutela municipal 20 animais de porte grande e gigante, o que dificulta significamente o processo de adoção devido ao tamanho dos mesmos.
A secretaria informa também que a situação prejudicou o atendimento prestado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que acolheu parte dos animais e foi obrigado a suspender imediatamente os atendimentos regulares à população. Em seguida, o município manteve sob seus cuidados a totalidade dos animais por período prolongado devido a mandado de segurança que retardou castrações e doações.
A Procuradoria Geral do Município busca a adoção de medidas jurídicas cabíveis visando o integral ressarcimento dos valores despendidos.
A operação de resgate dos animais ocorreu em 22 de novembro de 2022.
Repercussão
Autora do requerimento em parceria com o vereador Val Girioli, a vereadora Patrícia Barreto afirma que a Prefeitura paga R$ 6 mil de aluguel para abrigar os animais que ainda estão sob seus cuidados. E que os custos informados são maiores atualmente, pois os dados fornecidos foram calculados até o último mês de dezembro.
“Quem está pagando esse aluguel é a população. E o dinheiro que foi gasto nos cuidados a esses animais poderia ser investido na própria estrutura do CCZ para assim melhor atender nossa comunidade”.
A parlamentar alega que o principal obstáculo envolvendo a adoção recai sob o porte dos cães. “Sabemos que animais de grande porte são difíceis de serem adotados, mas graças a Deus um São Bernardo e um Fila foram doados recentemente”, comenta. “O primeiro sem uma das orelhas e o segundo com aversão a pessoas. Muitos ainda esperam por uma família e torço para que tenham um final feliz”.
Publicado por: Câmara Municipal
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